BH: Desapropriação já causa polêmica na Avenida Dom Pedro I
Da Pampulha a Venda Nova, a efervescência do comércio de automóveis e materiais de construção ocupa a Avenida Dom Pedro I. Mas, repetindo a história dos galpões e lojas às margens da Avenida Antônio Carlos, em alguns meses os imóveis do lado esquerdo (bairro/Centro) irão abaixo para dar lugar ao Transporte Rápido por Ônibus, o BRT (sigla de Bus Rapid Transit). Em 16 quilômetros de extensão, a via formará junto com a Antônio Carlos um dos três corredores viários do projeto, que promete melhorar a qualidade do transporte coletivo, com pistas exclusivas para ônibus, estações de embarque, além de terminais de integração.
O custo será de R$ 700 milhões, incluindo as indenizações. Para viabilizar as centenas de desapropriações, a prefeitura usará uma alternativa que já causa desconfiança e polêmica entre os proprietários.
A partir de uma operação urbana consorciada, o Executivo pretende, sob os termos de uma lei especial, abaixar o coeficiente de aproveitamento (área construída em relação à área do terreno) da região. Com isso, um mesmo terreno terá menor potencial construtivo.
De acordo com a consultora técnica da Secretaria Municipal de Políticas Urbanas (Smurbe) Maria Caldas, a medida induz a redução do preço dos imóveis e facilita a desapropriação. “Projetos viários importantes estão sendo inviabilizados pelo altíssimo custo da desapropriação. A ideia de diminuir os coeficientes é para que a prefeitura possa adquirir os imóveis. Estamos falando num novo modo de tentar enfrentar os problemas da cidade”, afirma.
A duplicação da Pedro I preocupa o comerciante Geraldo Magela de Freitas, dono de imóveis em vários quarteirões da via. Aos 51 anos, ele dedicou metade de sua vida ao investimento em galpões e lojas da avenida e, agora, se vê diante da incerteza. “Já mandamos e-mail e ligamos para a prefeitura e até agora não fomos avisados do que vai ocorrer.
O progresso não é errado, mas está faltando clareza. Inquilinos meus já se mudaram, por causa da indecisão. Se houver uma avaliação justa dos imóveis, nós saímos. Não quero entrar na Justiça, mas também não quero algo que me prejudique. Se pagarem um preço muito barato, como vou fazer para ir para outro lugar?”, questiona.
Fonte: UAI Notícias
Postado por Meu Transporte às 13:12
Marcadores: Minas Gerais
Flavia Ayer - Estado de Minas
Publicação: 12/04/2010 07:05 Atualização: 12/04/2010 09:32
Fonte: https://meutransporte.blogspot.com/2010/04/bh-desapropriacao-ja-causa-polemica-na.html